COVID-19 – Repensar o papel do consumidor

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Todos os dias é divulgado um número crescente de casos de infetados com Covid-19. Também as medidas de contenção que os países têm vindo a adotar são cada vez mais radicais.

Os primeiros casos registados surgiram no mercado de Wuhan (China) conhecido pela venda de animais selvagens especulando-se sobre a possibilidade do vírus poder ter sido transmitido de um animal para o homem, já que as cobras e os morcegos, sendo os principais hospedeiros do vírus, eram largamente vendidos naquele mercado. E eis como um particular e minoritário hábito de consumo e para a maioria da população mundial, longínquo veio afetar o mundo inteiro, dado o nível de globalização.

Por isso, a OMS tem vindo a alertar os governos para agirem “com rapidez, abrangência e determinação” no sentido de evitarem a propagação do vírus.

O impacto económico e social mundial será enorme. No caso de Portugal, significativamente dependente do Turismo, os efeitos já se fazem sentir.

Na educação, de acordo com a UNESCO, 290,5 milhões de crianças e jovens já foram afetados com o encerramento das escolas (e muitos mais serão). Para compensar as interrupções escolares, a UNESCO está a apoiar a implementação de programas de ensino à distância, recomendando aplicações e plataformas educativas e partilhando bons exemplos da aplicação destes recursos.

Para nós, professores de ciências económico-sociais, o Covid-19 pode ser, pelas piores razões, tema para uma aula, podendo e devendo ser aproveitada para levar os alunos a adquirem conhecimentos e competências de natureza económica e social que os capacitem a compreender o mundo atual e a responder às suas exigências e desafios, no quadro do pleno exercício de uma cidadania ativa e responsável. Só a compreensão global do fenómeno conduzirá os alunos a reconhecer a gravidade da situação, a compreender as medidas que estão a ser implementadas e a assumir a sua responsabilidade no processo de contenção da pandemia, pois, tal como Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirmou, todos somos responsáveis por reduzir o “próprio risco de infeção”, e quem estiver infetado deve reduzir o “risco de infetar outras pessoas.”

Este fenómeno é bem elucidativo da importância que as Ciências Sociais e Económicas deviam assumir no currículo escolar, pois são, sobretudo, elas que promovem o desenvolvimento de competências que permitam “analisar e questionar criticamente a realidade”, “tomar decisões fundamentais no seu dia-a-dia”, “capaz de lidar com a mudança e com a incerteza num mundo em rápida transformação”, consagradas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.

NESTE ANO DE 2020, O DIA MUNDIAL DO CONSUMIDOR ficará, infelizmente, marcado de uma forma completamente diferente.

A mensagem do Secretário Geral da ONU, António Guterres, sobre o coronavírus é bem elucidativa da importância que os valores de cidadania assumem neste momento.

https://unric.org/pt/5-factos-que-deve-saber-sobre-o-coronavirus/

A Direção da APROCES