APROCES alerta para falha grave dos atuais planos curriculares

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A APROCES tem vindo a realçar, entre outros aspetos, que:

a. O “Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória” (PASEO 2017) pretende, entre outros desígnios, que o aluno no final dos 12 anos “seja um cidadão munido de múltiplas literacias que lhe permitam analisar e questionar criticamente a realidade, avaliar e selecionar a informação, formular hipóteses e tomar decisões fundamentadas no seu dia a dia”, “capaz de lidar com a mudança e com a incerteza num mundo em rápida transformação” e “que conheça e respeite os princípios fundamentais da sociedade democrática e os direitos, garantias e liberdades em que esta assenta” (p. 10);

b. Os planos curriculares (mesmo aqueles que contemplam alguma autonomia) possuem uma sobrecarga de determinadas áreas, sem que exista qualquer área disciplinar na área das ciências sociais e económicas, conforme resulta da análise dos planos curriculares plasmados no Decreto-lei n.º 55/2018 de 6 de julho;

c. Os conteúdos disciplinares das Ciências Sociais e Humanas são, ou extensos e repetitivos (em que as Aprendizagens Essenciais não cumprem a sua função e se continua a reclamar falta de horas).

No entanto, os alunos do 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e do ensino secundário (salvo estes os que optam pelos cursos científico económicos) não têm acesso à aprendizagem de quaisquer conteúdos de natureza económica e financeira (ou seja, têm uma carga letiva total nos 5 anos de 0 minutos/semana), o que constitui uma grave lacuna na sua formação enquanto cidadãos do século XXI, bem como uma desigualdade de oportunidades, quando têm de optar sobre qual a área científica-humanística que vão frequentar no ensino secundário.

  • Será que as competências a nível da literacia económica não são importantes para o aluno do século XXI, futuro cidadão?
  • Não serão estas competências cruciais para que se possa “analisar e questionar criticamente a realidade”?
  • Não serão elas importantes para “tomar decisões fundamentadas no seu dia a dia”?
  • Não transmitirão elas competências essenciais para “lidar com a mudança e com a incerteza num mundo em rápida transformação”? 

Urge, assim, mudar os planos curriculares, torná-los mais adequados à sociedade em que vivemos e permitir a educação económica de todos os alunos, se possível, como apontam os estudos nacionais e internacionais, logo no 1.º ciclo do ensino básico.

A Direção