Afirmar a área económico-social
|Caro colega,
Um novo ano letivo tem hoje início para algumas escolas/agrupamentos.
Alguns colegas já sabem onde estão colocados enquanto outros só há pouco souberam onde foram colocados e, muito provavelmente, estão a deslocar-se “de armas e bagagens” para, mais um ano, ficarem longe da sua família. Outros, ainda, não sabem quando ou mesmo se irão ser colocados e, muito menos, onde e em que condições.
O nosso grupo de recrutamento (Economia e Contabilidade) tem sofrido, ao longo destes anos, com uma enorme redução do número de horários disponíveis. Temos efetivamente sido esquecidos e colocados de lado.
Sem disciplinas no ensino básico (salvo raras exceções) e com um número muito reduzido de turmas no ensino secundário regular, restam, para a grande maioria dos docentes, os cursos profissionais. Todos nós conhecemos bem esta realidade.
A falta de uma política orientadora do nosso grupo, fez com que hoje a nossa situação seja extremamente delicada.
Com efeito, mesmo a nível dos cursos profissionais existem situações bastante complexas, porquanto para muitos desses horários/disciplinas são solicitados, muitas vezes indevidamente, técnicos especializados, em vez de docentes do grupo 430. Dessa situação a APROCES já informou o Ministério da Educação e solicitou uma reunião de trabalho (vidé https://www.aproces.org/tecnicos-especializados-servico-nao-docente/
Este ano letivo, que agora se inicia, tem particularidades que advêm da generalização da flexibilidade curricular aos vários agrupamentos e escolas não agrupadas.
Novos planos curriculares decorrentes do Decreto-lei n.º 55/2018 de 6 de julho (consulte aqui: Decreto-Lei 55_2018 – Currículo dos Ensinos Básico e Secundário) surgem para os 1.º, 5.º, 7.º e 10.º anos de escolaridade.
Mais, para as escolas que já o ano passado aderiram voluntariamente ao Despacho n.º 5908/2017 de 5 de julho, este ano vão ter também abrangidos os 1.º. 2.º, 5.º, 6.º, 7.º. 8.º 10.º e 11.º anos de escolaridade.
Sobre esta questão, a APROCES emitiu o seu parecer na devida altura, chamando a atenção para o grande acréscimo de alterações daí resultantes sem que se tivesse efetuado uma avaliação devidamente fundamentada da experiência dos planos curriculares previstos nesse despacho (vidé, https://www.aproces.org/curriculo-dos-ensinos-basico-e-secundario-posicao-da-aproces/ ).
Sabemos que este vai ser um ano muito trabalhoso e com muitas novidades, designadamente, o surgimento das novas matrizes curriculares dos cursos científico-humanísticos, decorrentes da publicação da Portaria n.º 226-A/2018 de 7 de agosto (https://www.aproces.org/wp-content/uploads/2018/08/Regulamenta%C3%A7%C3%A3o-DL-55-2018-Secund%C3%A1rio.pdf), o aparecimento da Cidadania e Desenvolvimento (com soluções diferentes nas várias escolas/agrupamentos), as aprendizagens essenciais (no nosso caso, na disciplina de Economia A – que pode consultar em 10_economia_a e 11_economia_a), a questão da realização dos exames nacionais versus aprendizagens essenciais e abordagem transdisciplinar da componente da Cidadania e Desenvolvimento.
A APROCES irá tentar, através da colaboração de todos os colegas, promover a partilha de experiências e materiais, por forma a dar o seu apoio neste novo ano letivo, criando espaços de trabalho e debate, desenvolvendo ações de formação, disponibilizando materiais para os cursos profissionais, entre outros.
A criação de um Centro de Formação da APROCES é, também, um dos nossos objetivos.
Considerando que na sociedade do século XXI é indispensável que os nossos alunos, futuros adultos, possuam capacidades e competências também no âmbito económico-social, a APROCES continuará a defender o desenvolvimento de tais competências, reforçando junto das mais variadas instâncias a necessidade de criação de uma disciplina no ensino básico de “Educação Financeira/Economia e Sociedade”, conforme defendemos, em https://www.publico.pt/2017/10/31/sociedade/noticia/professores-propoem-criacao-de-uma-disciplina-de-educacao-financeira-1790851 e em https://www.aproces.org/disciplina-de-educacao-financeira-economia-e-sociedade-2-2/
Sabendo que as mudanças sociais não se operam de um momento para o outro, mas que o futuro nos dará razão, a APROCES terá um papel decisivo nesse processo.
A Direção da APROCES